Os naturalistas empenhados em classificar os organismos vivos tinham evitado, por convicção religiosa ou prudência formular hipóteses sobre a evolução biológica, aceitando a autoridade da bíblia, segundo a qual as espécies se teriam imutáveis desde o dia da Criação. As primeiras hipóteses sobre a evolução foram da autoria do naturalista francês George-Louis Leclerc de Buffon. Em 1739, Buffon foi nomeado director do jardim botânico, ao qual dedicou o resto da sua vida, transformando radicalmente um pequeno instituto dedicado ao cultivo e ao estudo das plantas medicinais numa estrutura científica vasta e organizada. Recolheu riquíssimas colecções botânicas e mineralógicas e abriu um jardim zoológico, transformando tudo num grande museu de história natural, onde todas as ciências estavam largamente representadas e cultivadas. a partir de 1749, Buffon inicia a redacção da monumental historia natural, uma obra de 44 volumes que o ocupou durante mais de quarenta anos e na qual abordou todos os ramos das ciências naturais da sua época. Buffon colocou a hipótese de a Terra e os outros planetas terem surgido à colisão do sol com outro corpo celeste, e procurou determinar as fazes de evolução do nosso planeta até à situação actual. Contrariando o pressuposto bíblico da imutabilidade das espécies, tentou dispô-las numa sucessão evolutiva incluída numa verdadeira "história natural". Buffon examinava a evolução como se tratasse de uma questão de degeneração, afirmando que os macacos eram seres humanos degenerados, os burros cavalos degenerados e assim por diante. Hoje, sabemos que este ponto de vista está definitivamente errado, mas com Buffon, pela primeira vez um cientista autorizado formulava a hipótese de as espécies mudarem com o tempo, facto de crucial importância e que abriu o caminho às posteriores pesquisas sobre a evolução biológica.
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