sábado, 27 de fevereiro de 2010

Nomenclatura binomial

O sistema actual identifica cada espécie por dois nomes em latim: o primeiro, em maiúscula, é o género, o segundo, em minúscula, é o epíteto específico. Os dois nomes juntos formam o nome da espécie. Os nomes científicos podem vir do nome do cientista que descreveu a espécie, de um nome popular desta, de uma característica que apresente, do lugar onde ocorre, e outros. Por convenção internacional, o nome do género e da espécie é impresso em itálico, o dos outros táxons não. Subespécies têm um nome composto por três palavras.

Bibliografia: Terra, Universo de Vida 2º parte Geologia- Biologia e geologia- 11º ou 12º (ano2) Amparo Dias da Silva/Fernanda Gramaxo/ Maria Ermelinda Santos/ Almira Fernandes Mesquita/ Ludovina Baldaia/ José Mário Félix/ Porto editora execução gráfica 2006

Categorias ou classificações

Os reinos são divididos num sistema hierárquico de categorias chamadas taxa (plural de taxon). Cada taxon inclui os que o sucedem. Tradicionalmente são eles:
Reino;
Filo (ou divisão, em botânica);
Classe;
Ordem;
Família;
Género;
Espécie.


Bibliografia: Terra, Universo de Vida 2º parte Geologia- Biologia e geologia- 11º ou 12º (ano2) Amparo Dias da Silva/Fernanda Gramaxo/ Maria Ermelinda Santos/ Almira Fernandes Mesquita/ Ludovina Baldaia/ José Mário Félix/ Porto editora execução gráfica 2006

Reinos e super-reinos

Tradicionalmente os seres vivos eram divididos em dois reinos: plantas e animais. Ao Reino Plantae pertenciam os seres capazes de sintetizar substâncias orgânicas a partir de substâncias inorgânicas - auotróficos e fixos. No Reino Animal eram incluidos os seres que se alimentavam de matéria orgânica proveniente de outros seres vivos - heterotróficos e de vida livre. Desde essa altura até à actualidade, a distribuição dos seres viuvos em grandes grupos tem vindo a sofrer alterações; em resultado do desenvolvimento dos conhecimentos, em especial de microscopia e de bioquímica, foram surgindo novos dados sobre seres vivos que não se enquadravam nesta divisão. O microscópio óptico veio desvendar um mundo de seres unicelulares microscópicos. Muitos destes seres pareciam desafiar a classificação em dois reinos, ao pessuírem características de ambos os reinos. As euglenas, por exemplo, eram móveis e possuíam cloroplastos, realizando fotossíntese. Os fungos pareciam tambem não se enquadrar nesta divisão. Numa tentativa de resolver este problema, surgiu, durante o século XIX, um sistema de três reinos que, para além dos dois reinos atrás mencionados, considerava um novo reino que englobava essencialmente os seres unicelulares e os seres coloniais - Reino Protista. No século XX, o surgimento do microscópio electrónico veio revelar a existência de seres que possuíam células procarióticas e seres que possuíam células eucarióticas. Estas observaçõesobrigaram a alterações dos critérios na definição dos reinos. Foi acrescentado um novo reino, o Reino Monera, que incluía os seres unicelulares de estrutura procariótica, mantendo os três reinos mencionados anteriormente. Este sistema de quatro reinos e o seu antecessor de três reinos tiveram relativamente pouca aceitação, predominando o sistema de dois reinos.
De entre os vários sistemas actualmente propostos, aquele que tem encontrado maior receptividade é o de Whittaker. Desenvolvido em 1969, foi posteriormente modificado, sendo apresentado com as respectivas alterações em 1979. A grande diferença entre estas duas versões refere-se à posição das Algas. Inicialmente distribuídas entre os reinos Protista e Plantae, consoante fossem, respectivamente, unicelulares ou pluricelulares, foram colocados no Reino Protista, atendendo à sua simplicidade estrutural, apesar da pluricelularidade de muitas delas. O facto do Reino Protista passar a incluir seres multicelulares de baixo grau de diferenciação celular leva muitos autores a sugerirem o nome de Protoctista para este reino. O sistema de classificação de Whittaker divide os seres vivos em cinco reinos, tendo sido usados os seguintes critérios para a sua definição: o nível de organização celular e estrutural; o modo de nutrição e as interacções nos ecossistemas.



Fonte: http://disciplinex.wordpress.com/2009/02/03/os-reinos-da-vida/
Terra, Universo de Vida 2º parte Geologia- Biologia e geologia- 11º ou 12º (ano2) Amparo Dias da Silva/Fernanda Gramaxo/ Maria Ermelinda Santos/ Almira Fernandes Mesquita/ Ludovina Baldaia/ José Mário Félix/ Porto editora execução gráfica 2006

A história natural de Buffon

Os naturalistas empenhados em classificar os organismos vivos tinham evitado, por convicção religiosa ou prudência formular hipóteses sobre a evolução biológica, aceitando a autoridade da bíblia, segundo a qual as espécies se teriam imutáveis desde o dia da Criação. As primeiras hipóteses sobre a evolução foram da autoria do naturalista francês George-Louis Leclerc de Buffon. Em 1739, Buffon foi nomeado director do jardim botânico, ao qual dedicou o resto da sua vida, transformando radicalmente um pequeno instituto dedicado ao cultivo e ao estudo das plantas medicinais numa estrutura científica vasta e organizada. Recolheu riquíssimas colecções botânicas e mineralógicas e abriu um jardim zoológico, transformando tudo num grande museu de história natural, onde todas as ciências estavam largamente representadas e cultivadas. a partir de 1749, Buffon inicia a redacção da monumental historia natural, uma obra de 44 volumes que o ocupou durante mais de quarenta anos e na qual abordou todos os ramos das ciências naturais da sua época. Buffon colocou a hipótese de a Terra e os outros planetas terem surgido à colisão do sol com outro corpo celeste, e procurou determinar as fazes de evolução do nosso planeta até à situação actual. Contrariando o pressuposto bíblico da imutabilidade das espécies, tentou dispô-las numa sucessão evolutiva incluída numa verdadeira "história natural". Buffon examinava a evolução como se tratasse de uma questão de degeneração, afirmando que os macacos eram seres humanos degenerados, os burros cavalos degenerados e assim por diante. Hoje, sabemos que este ponto de vista está definitivamente errado, mas com Buffon, pela primeira vez um cientista autorizado formulava a hipótese de as espécies mudarem com o tempo, facto de crucial importância e que abriu o caminho às posteriores pesquisas sobre a evolução biológica.

Classificação dos seres vivos

Carl Von Linné (1707-1778), mais conhecido como Lineu, foi botânico e médico real na corte da Suécia, seu país Natal. Desde a adolescência, demonstrava um extraordinário interesse pela botânica. Fez longas viagens pela Escandinávia, Grã-Bretanha e Europa Central e descobriu cerca de cem novas espécies de plantas. Em 1735, publicou o sistema da natureza, onde classificou numerosas plantas, alargando a classificação também ao mundo animal nas edições seguintes.
Os botânicos do século anterior tinham definido o conceito de espécie em função da semelhança das sementes. Lineu criou para o mundo vegetal uma nova classificação, partindo das características sexuais. Classificou as plantas, primeiro, por número, proporção e características do caule. as posteriores divisões eram baseadas nos frutos, nas folhas e assim por diante. Lineu foi o primeiro cientista a tentar fazer uma classificação de todos os organismos vivos num sistema completo, propondo a nomenclatura binominal e o reagrupamento em classes, ordens, géneros e espécies, ainda hoje em uso. Ele dera-se conta da importância de estabelecer uma nomenclatura estável, de modo a que todos os cientistas usassem o mesmo nome para cada espécie. Com este fim, desenvolveu regras elaboradas e precisas que foram aceites quase universalmente. a nomenclatura binária por ele proposta simplifica e racionaliza o mundo animal e o vegetal, antes fundamento em descrições longas e frequentemente imprecisas.
Lineu definiu como espécie um grupo de seres vivos com as mesmas características. Cada espécie é designada por dois temos: o primeiro indica o género, comum a todas as espécies próximas; o segundo característico da espécie considerada. Graças à obra de Lineu, todos os animais e plantas foram relacionados entre si dentro de um sistema que permite contínuas inserções das espécies ainda por descobrir. Agrupando espécies semelhantes em géneros, os géneros semelhantes em ordens e as ordens semelhantes em classes, este sistema conferiu à descrição dos seres vivos o aspecto de uma árvore m que os ramos maiores se dividem em ramos menores, estes em outros ainda de menor dimensão e assim por diante.



segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Neodarwinismo

O desenvolvimento dos conhecimentos de genética, no estudo das populações de seres vivos e as novas descobertas sobre a hereditariedade permitiram reinterpretar a teoria da evolução de Darwin, sintetizando e correlaccionando os diversos conhecimentos das áreas da genética, da citologia e da bioquímica.
Dessa síntese surgiu, em meados do século XX, uma teoria evolucionista mais consistente, o neodarwinismo. Esta consiste em:
  • Os genes responsáveis pelo desenvolvimento dos caracteres do indivíduo são transportados por cromossomas;
  • A ocorrência de mutações genéticas, génicas e cromossómicas aumenta a variabilidade genética, podendo conduzir ao aparecimento de novos genes responsáveis por novas características;
  • A meiose, durante a qual ocorre a separação dos cromossomas homólogos e o crossing-over, conduz ao aparecimento de novas combinações genéticas nos gâmetas;
  • A fecundação dá origem a uma descendência com múltiplas combinações genéticas, o que se reflecte numa elevada variabilidade de características;
  • A selecção natural actua sobre a grande variedade de descendentes, que é assim influenciada pelo meio ambiente;
  • As populações podem, assim, adquirir novos conjuntos de genes, aprofundando nas gerações seguintes as alterações do seu fundo genético, evoluindo de uma forma lenta e gradual.



Síntese da relação entre Lamarckismo, Darwinismo e Neodarwinismo:























Fonte: http://evolucaohumana.com.sapo.pt/

Georges Cuvier

A pesquisa de fosseis e o estudo das relações entre as espécies animais interessou vários cientistas nas últimas décadas do século XVIII. O naturalista francês Georges Cuvier deu um contributo decisivo nesta questão
A partir de 1795, Cuvier realizou cuidadosas observações da anatomia de vários animais de forma a poder estabelecer relações. Ele afirmou que existia uma relação hierárquica entre as várias partes de um organismo e que a modificação de uma conduzia à modificação das outras. As correlações entre vários órgãos (e entre as funções por estes desenvolvidas) estabeleciam-se pela prevalência de algumas características. Com base nesta teoria Cuvier desenvolveu uma nova classificação de todo o reino animal. A mais vasta divisão, feita pelo botânico sueco Lineu era a de classe. Cuvier reagrupou as classes em tipos (hoje geralmente mais indicados com o nome filo). Nos seus estudos, publicados entre 1798 e 1829, Cuvier demonstrou uma genial habilidade para fazer um estudo comparativo entre a anatomia das várias espécies animais. A sua capacidade e os seus conhecimentos eram tão vastos que lhe permitiram identificar as espécies a partir dos fragmentos de fosseis que ele próprio recolhia ou pedia que lhe enviassem. O seu trabalho marcou o nascimento da anatomia comparada e da paleontologia. Cuvier foi nomeado barão e membro da academia das ciências. Quanto à história da vida da terra o naturalista francês assumiu-se como um convicto anti-evolucionista: acreditava que as espécies eram imutáveis e explicava os restos de fosseis fruto de violentos cataclismos que modificaram a superfície terrestre provocando a extinção de diversas espécies animais.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Mecanismos de evolução

Antes de mais, é importante referir que ainda não há actualmente (nem virá a haver tão cedo, provavelmente) um consenso entre a comunidade cientifica relativamente às origens e à evolução da espécie humana. Mas de uma coisa podemos ter todos a certeza: o ser humano é um enorme sucesso ecológico.
Actualmente, existem milhões de espécies, desde os seres unicelulares até aos pluricelulares mais evoluídos. A explicação para esta diversidade foi sempre um tema central do pensamento humano, tendo surgido explicações de natureza mítica ou científica que procuraram dar resposta a essa interrogação.


Evolucionismo Vs fixismo

Até meados do século XIX, a diversidade do mundo vivo era explicada de acordo com uma concepção resultante da interpretação dos textos bíblicos. Segundo esta interpretação, os seres vivos são o resultado de um acto de criação divino, mantendo-se as diferentes espécies inalteradas ao longo do tempo desde o momento da sua criação, ou seja, as espécies são fixas e imutáveis e, como tal, não sofrem alterações. esta explicação, conhecida como fixismo, considera a Natureza como um sistema ordenado e estável, onde cada forma viva, criada para um determinado fim, está perfeitamente adaptada. Foi neste mesmo século (séc.XIX) que as ideias transformistas ganharam força, acabando por impor o evolucionismo como paradigma da origem e diversidade das espécies. De entre os principais defensores das ideias de evolução destacam-se Lamarck e Darwin.

Ao contrário do fixismo, as ideias transformistas contestam a visão estática do mundo, sugerindo que as espécies sofrem modificações ao longo do tempo. Os trabalhos desenvolvidos no ãmbito da geologia, em especial a paleontologia, com o estudo dos fósseis, foram os primeiros a pôr em causa o fixismo, abrindo caminho para o aparecimento de ideias evolucionistas. Segundo as ideias evolucionistas de Lamarck (1809), as mudanças ambientais determinam nos seres vivos a necessidade de se adaptarem para poderem sobreviver nas novas condições ambientais. O ambiente é, assim, responsável pelo início do processo de evolução, cujos mecanismos se encontram enunciados na lei do uso e do desuso e na lei da transmissão de caracteres adquiridos.
Exemplo dos dois principios do Lamarckismo:

  • O pescoço alongado da girafa foi obtido graças ao hábito de este animal esticar demasiado a cabeça em busca das folhas de que se alimenta, no cimo das árvores. Logo dá-se o desenvolvimento do órgão pela necessidade de adaptação ao meio (Lei do uso e do desuso).


  • Por conseguinte, as transformações sofridas, provocadas pelo ambiente, no pescoço da girafa (alongamento deste), eram transmitidas à descendência (Lei da herança de caracteres adquiridos).
Síntese da perspéctiva Lamarckista: Numa viagem de circum-navegação, Charles Darwin recolheu dados das observações efectuadas, que imponham o evolucionismo no mundo científico. Estas observações efectuadas, especialmente no arquipélago dos Galápagos, permitiram a Darwin propor a selecção natural como o mecanismo essencial que dirige a evolução. Segundo este processo, dado que o ambiente não possui os recursos necessários para a sobrevivência de todos os seres vivos que nascem, deverá ocorrer uma luta pela subrevivência durante a qual serão eliminados os menos aptos. Assim, os seres mais aptos sobrevivem e espalham na Natureza os caracteres mais favoráveis. Síntese do Darwinismo:

  1. Todas as espécies apresentam, dentro de uma dada população, indivíduos com pequenas variações nas suas características, como, por exemplo, na cor, no tamanho e na forma;

  2. Uma vez que as espécies originam mais descendentes do que aqueles que podem sobreviver, os descendentes que possuem variações vantajosas, relativamente ao meio em que se encontram, têm maior taxa de sobrevivência. Nesta luta pela sobrevivência são eliminados os individuos que possuem variações desfavoráveis;

  3. Através deste mecanismo, o ambiente desenpenha um papel selectivo ao condicionar a sobrevivência dos diferentes indivíduos da população. Os indivíduos portadores de variações favoráveis sobrevivem, transmitindo as suas características à descendência;

  4. A selecção natural, actuando ao longo de muitas gerações, conduz à acumulação de características que, no seu conjunto, poderão vir a definir novas espécies.
O facto de o Darwinismo nunca ter explicado a causa das variações nos individuos de uma população causou uma grande crítica a esta teoria.



Fonte: http://evolucaohumana.com.sapo.pt/